Como dizer ao filho adolescente que um dos pais morreu

A perda de um ente querido é sempre dolorosa e difícil de integrar. Quando essa perda é do pai ou da mãe de um filho adolescente, o transmitir e confortar é um processo extremamente difícil e delicado.

Geralmente quem o transmite é também quem está num sofrimento elevado – o pai/a mãe – e a importância de abordar a situação com sensibilidade, honestidade e apoio emocional torna-se quase hercúlea.

Nestes momentos não há ilusões, não há “pr’ amanhãs”, não há “formas simpáticas de o fazer”: o momento é muito difícil. Mas algumas orientações podem ajudar neste doloroso processo.

Antes de mais deve ser encontrado um local seguro e tranquilo onde o pai/a mãe possa conversar com o seu filho, sem interrupções. Um ambiente familiar e confortável ajuda a diminuir a ansiedade.

Devem ser usadas palavras simples e claras para explicar o que aconteceu. Os eufemismos devem ser evitados, sob o risco de confundir.

Aquando da comunicação, o adolescente pode reagir de várias formas: choque, negação, raiva, tristeza intensa ou até mesmo indiferença aparente. Aqui, o pai/a mãe deve estar preparado(a) para apoiar qualquer reação e oferecer um espaço seguro para que ele possa expressar o que está a sentir.

Nestas alturas, o pai/a mãe deve explicar o que aconteceu de forma mais simples e honesta. Mesmo quando o falecimento foi súbdito ou trágico, mesmo que seja necessário fornecer mais detalhes, deve ser feito de forma gradual, respondendo às questões conforme forem surgindo.

O pai/a mãe devem reafirmar que está ali para ele e que passarão por este processo juntos. Deve dizer que é normal sentir uma variedade de emoções e que é muito importante conversar com ele(a), com familiares, amigos ou um profissional.

Cada pessoa tem o seu tempo e lida com o luto de forma diferente e no seu próprio tempo. É importante dar espaço para que o filho processe a perda no seu ritmo.

Se, com o tempo, o filho continuar com dificuldades em lidar com o turbilhão emocional pelo qual está a passar ou se manifestar essa vontade, a ajuda de um terapeuta especializado ajuda-o a lidar com a perda de forma saudável.

Tão importante como cuidar do filho é cuidar de si próprio, pela perda significativa pela qual está a sofrer. Nestas alturas, a procura de apoio para si próprio é fundamental e permite que esteja mais disponível emocionalmente para ajudar o filho a lidar com a sua dor.

Ainda que lidar com a morte de alguém tão especial na vida seja um processo doloroso e complexo, pela inevitabilidade do que representa, com amor, paciência e apoio, pode ajudar o filho a atravessar esse momento difícil.

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Sobre a autora

ALEXANDRA GOMES

Psicoterapeuta & Wellness Coach​

Desde 2002 é Psicóloga certificada pela Universidade do Minho, especialista em Psicologia da Educação, Orientação Vocacional e para a Carreira e Inteligência Emocional (OPP n.º7530). É Mestre em Ciências da Educação, pela Universidade de Aveiro, desde 2010 e em 2013 é Coach pós-graduada em Certified Associate Coach (CAC), pela International Coach Federation (ICF) e Terapeuta do Desenvolvimento Pessoal e Bem-Estar.

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